quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Constatações

Meu nome é Stéfany. Eu escrevo. Não necessariamente bem.

domingo, 2 de fevereiro de 2014

Uma cor chamada morte

"Primeiro, as cores.
    Depois, os humanos.
    Em geral, é assim que vejo as coisas. 
    Ou, pelo menos é o que tento. 
                                   Eis um pequeno fato.
                                      Você vai morrer.
    Com absoluta sinceridade, tento ser otimista a respeito de todo esse assunto, embora a maioria das pessoas sinta-se impedida de acreditar em mim, sejam quais forem meus protestos. Por favor, confie em mim. Decididamente, eu sei ser animada, sei ser amável. Agradável. Afável. E esses são apenas os As. Só não me peça para ser simpática. Simpatia não tem nada a ver comigo. 
                                   Ração ao fato supracitado
                                      Isso preocupa você?
                                     Insito - não tenha medo.
                                     Sou tudo, menos injusta.
- É claro, uma apresentação. 
Um começo.
Onde estão meus bons modos?
Eu poderia me apresentar apropriadamente, mas, na verdade, isso não é necessário. Você me conhecerá o suficiente e bem depressa, dependendo de uma gama diversificada de variáveis. Basta dizer que, em algum ponto do tempo, eu me erguerei sobre você, com toda a cordialidade possível. Sua alma estará em meus braços. Haverá uma cor pousada em meu ombro. Eu levarei você embora gentilmente.
      Nesse momento, você estará deitado(a). (Raras vezes encontro pessoas de pé.)
Estará solidificado(a) em seu corpo. Talvez haja uma descoberta; um grito pingará pelo ar. O único som depois disso, será minha própria respiração, além do som do cheiro de meus passos.
      A pergunta é: qual. será a cor de tudo nesse momento em que eu chegar para buscar você? Que dirá o céu?
      Pessoalmente, gosto do céu cor de chocolate. Chocolate escuro, bem escuro. As pessoas dizem que ele condiz comigo. Mas procuro gostar de todas as cores que vejo - o espectro inteiro. Um bilhão de sabores, mais ou menos,  nenhum deles exatamente igual, e um céu para chupar devagarinho. Tira a contundência da tensão. Ajuda-me a relaxar.
                                   Uma pequena teoria
       As pessoas só observam as cores do dia no começo e no fim, 
       mas, para mim, está muito claro que o dia se funde através de
      uma multidão de matizes e entonações, a cada momento que passa.
         Uma só hora, pode consistir em milhares de cores diferentes.
     Amarelos céreos, azuis borrifados de nuvens. Escuridões enevoadas.
              No meu ramo de atividade, faço questão de notá-los.
Já que aludi a ele, o único dom que me salva é a distração. Ela preserva minha sanidade. Ajuda-me a aguentar, considerando-se há quanto tempo venho executando este trabalho.O problema é: quem poderia me substituir? Quem tomaria meu lugar, enquanto eu tiro folga em seus destinos-padrão de férias, no estilo resort, seja ele tropical, seja da variedade estação de inverno? A resposta, é claro, é ninguém, o que me instigou a tomar uma decisão consciente e deliberada - fazer da distração minhas férias. Nem preciso dizer que tiro férias à prestação. Em cores.
Mesmo assim, é possível que você pergunte: por que é mesmo que ela precisa de férias? De que precisa se distrair?
       O que me traz à minha colocação seguinte,
       São os humanos que sobram.
       Os sobreviventes.
       É para eles que não suporto olhar, embora ainda falhe em muitas ocasiões. Procuro deliberadamente as cores para tirá-los da cabeça, mas, ver por outra, sou testemunha dos que ficam para trás, desintegrando-se no quebra-cabeças do reconhecimento, do desespero e da surpresa. Eles têm corações vazados. Têm pulmões esgotados.
       O que, por sua vez, me traz o assunto de que lhes estou falando esta noie, ou esta manhã, ou seja lá quais forem a hora e a cor. É a história de um desses sobreviventes perpétuos - uma especialista em ser deixada para trás.

É só uma pequena história, na verdade, sobre, entre outras coisas:

*Uma menina
*Algumas palavras
*Um acordeonista
*Uns alemães fanáticos
*Um lutador judeu
*E uma porção de roubos

Vi três vezes a menina que roubava livros."


Queria ter o dom... enquanto isso, apenas aprecio. 

Rir de tudo, é desespero.

Sempre quis ser uma pessoa que sorri.

Não estou fazendo isso direito...

E, quando ouço algo engraçado, rio tanto como se estivesse tentando rir tudo o que não ri ao longo do dia.
Tento lembrar que sou feliz, mas só o que recordo é:


"Que rir de tudo é desespero.."

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Isso acontece quando a estação de rádio é ruim e você não pode parar o que está fazendo.

Prepara, que agora é a hora...
De dar uma de pedreiro
e pintar meu quarto
com o pincel na mão
vou passar direitinho 
pra não cair ao chão
repassar com o rolo
e ficar com musculão!



Caros leitores, não se decepcionem. É apenas uma piada sobre a reforma que fiz em meu quarto.  :)

Esperança

Dizes que me amas. 
Pois não acredito!
Dizes tanto a mesma mentira, que crê-la como sincera.
Para ti, tornou-se verdade, mas no fundo, sabes que não é.
Enquanto eu, amo-te eternamente, cada suspiro,
desejo como meu e frustro-me com cada passo
que dá, cada vez mais distante de mim.
Enquanto eu, guardo-me e fecho-me para ti,
com falsas esperanças de ver-te sorrir
de verdade para mim.
Tu, que sismas, repetes que me ama.
Tu, que não quer enxergar, 
repetes a mim juras de amor, planos futuros que só lembra 
com muito esforço, quando sentes pena de mim.
Tu, numa tentativa falha, culpado por não ser recíproco, 
enfia-me uma faca no peito olhando-me do jeito que 
só tu sabes olhar, quando dizes que queres passar 
a eternidade ao lado meu.
Tu, que um dia me amou, mas não mais o ama, 
me acolhe apática, desiludida e nostálgica
rastejando para seus braços, sem saberes 
o que fazer com um ser tão fraco e desprezado. 
Tu, que me enfeitiçou, e nem sei bens o porque, 
amedronta-me com sua ida, sua irrelevância 
para comigo.
Tu, que disfarças ao sentir que não mais me sente, 
destrói-me com sua compaixão montada.
Tu, que mudastes e me mudaste, que me fizestes tua 
num piscar de olhos ingênuos, hoje, me desaba.
Sem intenção. Apenas por indiferença, por abandono, 
apenas por não me amares mais.
Amo-te eternamente, amo-te pelo simples prazer
que é te amar. amo-te nem sei mais o porque, mas o faço.
Sem esforço.
Mas com tristeza, pois sei que na hora em que 
cansar de ser bondoso, me deixará como um verme.
indigno, insignificante e inerte que nunca terás feito
efeito algum sobre ti.
Fazes de tudo para passar mais tempo possível
de frente para um mundo completamente distante de mim.
Um mundo que te afasta das lembranças de mim.
Tu não me procuras mais. Nem para seus prazeres.
E corroo-me de ciúmes que acidifica-me o sangue.
Um ciúmes forte, astuto e fértil.
Sou doída e amarga sem sua essência.
Por isso não lhe conto que sei!
Pois não sentiria mais pena de mim, e fugirias
para bem longe. Pois prefiro que minta ao meu lado
que digas a verdade de longe.
Tu não ligas mais se estou ou não. Sabes que
se eu for, voltarei.
Por que deixei de ser quem era, para ti?
Volta-te a me desejar como antes, selvagemente.
Volta-te a me deixar feliz, pois só ti sabes fazê-lo.
Não posso negar o calor que emerge de meu corpo,
quando toco-te, uma pequena ponta de dedo, que for.
Não posso negar o amor que, cada vez mais dolorido, 
cresce em meu peito.
Sei que projetastes em mim o que precisava e que, 
relutante, tenta convencer-te a si mesmo de que sou.
Pois continue. 
E, enquanto espero o chamado seu, aguardo-te
ansiosa, imaculada e desnutrida de teu amor.
Não demore!